quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Porque te amo

Deverias ao menos te deter

Um instante

Como as pessoas fazem

Quando vêem a petúnia

Ou a chuva de granizo.

Porque te amo

Deveria a teus olhos parecer

Uma outra Ariana

Não essa que te louva

A cada verso

Mas outra

Reverso de sua própria placidez

Escudo e crueldade a cada gesto.

Porque te amo, Dionísio,

é que me faço assim tão simultânea

Madura, adolescente

E por isso talvez

Te aborreças de mim"


Ode Descontínua e Remota para flauta e oboé. De Ariana para Dionísio. - Hilda Hilst

Um comentário:

Só pra constar: disse...

Nem engraçado, nem medíocre, nem triste. Bonito. Que bom, um update enfim! Não faz sentindo fazer faculdade de letras e parar de escrever, hein?
Debs