segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Sem tempo para crises e melancolia, deixo a chuva lavar e levar consigo toda a vida que passa, e que passa distraída - sem que eu perceba a significância de cada fragmento. Sei que quando a enchente se formar, estarei na poça acumulada de cada dia passado displicentemente, de cada noite vã, tão calma e silenciosa e seca! Precisava de ar e não tinha sequer uma fresta. Meus ouvidos já não me ouviam. O desejo de pensar era assoprado com as folhas daquele inverno (mera paisagem emoldurada na poeira). Hoje, os gritos desafinados evacuam-se e o orgulho me pisa a cabeça. Esmagada por minha própria agonia, acendo uma vela e me crepito em preces desesperadas. Aonde estará o ápice desse martírio? Pergunto-me, afim de esclarecer-me e, enfim, esclareço-me: é que o dia hoje amanheceu descortinado. Num azul ''tão bonito que dá gosto"(é primavera). Porque hoje ganhei flores de cacau, notas em clave de sol (que parecem querer hospedar-se no verão, e na nova era de estações, cores, humores e amores. Esse sol que é lindo e que, intenso, quer deitar em mim...).

5 comentários:

patricia mc quade disse...

que bonito!
inaugurou bem o blog 2009:
intenso.
que o carro solar de apolo continue
descortinando esse céu seu lindo.
bjs

Camila M. disse...

que lindo, kaká...
que lindo!

patricia mc quade disse...

dónde estás guapa?!
te extraño muchísimo.
besotes.

Débora disse...

Whoa... que lindo!
parece que fala muito de mim, apesar de falar de você ^^
Expressou bem o sentimento!
Beijocas

Renato disse...

Muito bacana! Intenso, com um pequeno jogo de palavras, mas muito legal e um jeito de descrever fluido.
Jorge Amado dizia que para passar um sentimento, por qualquer forma de arte que seja, tem-se de estar com aquele sentimento.
Foi exatamente o que senti.
Abraços e continue polenizando!
Prazer conhecer seu blogue.