quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Lua, nua, rua.

Madrugada. Cerração de portas. De bares. De ares. Neblina espessa de desejos.
Praça. Árvores.
Bancos, três.
Lua, nua, rua.
Pulsante nos corredores
correndo dos pudores, fugindo para os pudendos sem poder. Porque somos comprometidos com o limite, com a vergonha, insinuada pelos cala-frios. Cale, frio.Calou.
Calor, suor.
Suas?
- Não. Não somos suas.
- Sei, vocês são suas.
Sei-o pueril e sazonado ao mesmo tempo.
Tempo!
Seis horas.
e a lua ainda não finda.
A rua,
ainda peleja por arrastar novas horas e desrespeitar sinais.
Porque hoje e, só hoje, nuas de receio e egoísmo, despertaremos libidos proibidos.
Lua, nua, rua.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nua, sem sombra de dúvida
Inocente... Verdadeira...
Uma louca na rua!
Sem dono, bolso, limite ou vergonha...
Canta desvairada,
Com sua espada apontada pra Lua

Em sua canção, anuncia:
"O tempo chegou, minha gente!
Saudando o novo dia,
Brindemos a noite,
o prelúdio da manhã resplandescente"

O vinho doce
A carne crua
Virgem,
Fria, Pura

Plantou
Sussurrou
Num suspiro,
Desapareceu

Até o dia depois deste...
Para a colheita e a grande folia
Nua, com a Lua, na contramão direita da Rua.

Daniel Britto disse...

Ó sim.
Um dia sonhei
Neste sonho não conseguia ler o texto
talvez porque imaginava ser um texto que ninguém teria tamanha qualidade ou talvez não a conhecia.
Lendo esse texto pude lembrar do meu sonho e por um fim nele.
Ó sim
Hoje conheço alguém com tamanha qualidade.

Menina Moça, tu é fera que só..